Kung Fu não é apenas técnicas de combate

Kung Fu não é apenas técnicas de combate

Kung Fu não é apenas técnicas de combate. Essa é uma grande dicussão, pois a maioria das pessoas olha para o Kung Fu como um mero apanhado de tecnicas de combate.

Esse termo se popularizou no ocidente através daque seriado que ficou conhecido na década de 70 como Kung Fu.

De la em diante a associação deste termo com a luta foi direta. E a grande maioria dos filmes chinesas daquela êpoca também faziam esse tipo de associação.

Neste video Grão-Mestre Leo Imamura fala sobre sua vivência e compreensão adquirida com o Patriarca Moy Yat.

 

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Quando um soco pode te ensinar a viver melhor – A primeira coisa que o Patriarca Moy Yat me disse quando iniciei minha jornada na Vida Kung Fu foi que ficasse claro que com ele eu iria aprender Kung Fu e não técnicas de Kung Fu.

Respeitosamente eu movi minha cabeça fazendo parecer que eu havia entendido o que ele estava dizendo, mas o fato foi que somente depois de muitos anos pude compreender a profundidade do que o meu mentor queria dizer. Aqui estava a diferença entre enxergar o Ving Tsun(Wing Chun) como um sistema de luta ou como um sistema de Kung Fu, onde o Kung Fu é muito mais que uma luta, é uma arte de vivermos melhor a vida. Se isso for verdade, então porque o Ving Tsun(Wing Chun) é um sistema composto por movimentos de combate?

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Será sobre o entendimento do papel que esses movimentos desempenham num sistema de kung fu que compartilharei com você nesta minha jornada na Vida Kung Fu.

A experiência corporal é considerada a mais próxima, a mais íntima, a mais direta e aquela que dificilmente se pode duvidar, por isso a escolha chinesa por utilizar dispositivos corporais para a constituição de um sistema de kung fu parece óbvia. Partindo de uma ideia onde nada é mais natural do que utilizar os movimentos do corpo humano no sentido de frustrar o pensamento dicotômico, aquele que polariza nossa reflexão, ou seja que impede de enxergarmos o cinza entre o preto e o branco.

Em outras palavras, entre 'o que é' e 'o que não é', 'o pode ser' parece ser o mais inteligente em muitas situações. Para se compreender o funcionamento bipolar da natureza, os famosos Yin-Yang, os chineses descobriram a importância da simbologia do combate em representar pólos opostos que interagem entre si, onde situações de crise exigem uma atenção maior entre o um e o outro.

E, pelo fato do combate ser simbólico, é possível aprender como transformar o adversário na fonte principal de resolução do próprio conflito. Se esta visão sobre o dispositivo corporal é considerada comum dentro da cultura chinêsa, o mesmo não se pode dizer do combate simbólico, onde várias culturas aceitam sua imagem como a representação do caos, daquilo que não pode ser modelizado.

Mas porque chamar os movimentos corporais de um sistema marcial de dispositivo e não de técnica? Uma técnica é um procedimento operativo que tem como objetivo a obtenção de um determinado resultado diante de uma dada situação. Já um dispositivo é um conjunto de meios a serem transformados conforme as condições apresentadas. Observa-se assim que a técnica é operacional demais.

Ela está no mundo da aplicação, Já o dispositivo é mais vago, pois ele está no mundo da exploração. Chamados em chinês, no dialeto cantonês, de Jiu Sik, os dispositivos corporais de combate simbólico são considerados como os mais apropriados para promover uma experiência que estenda para a conduta aquilo que se tomou consciência a partir do outro. Em suma, é o desenvolvimento humano que possibilita o cultivo da inteligência estratégica. O poder do dispositivo, portanto, não está no que ele aparenta ser, mas no seu potencial transformador decorrente de uma situação.

É como se a própria situação gerada pela dinâmica entre o seu adversário e você chamasse o movimento apropriado para ela. 

 


 

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